ERGONOMIA, HISTÓRIA, BENEFÍCIOS E COMO APLICAR.

O termo ergonomia foi utilizado pela primeira vez, em 1857, pelo polonês W. Jastrzebowski, que publicou um “ensaio de ergonomia ou ciência do trabalho baseada nas leis objetivas da ciência da natureza”.

Quase cem anos mais tarde, a ergonomia veio a se desenvolver como uma área de conhecimento humano, quando, durante a II Guerra Mundial, pela primeira vez, houve uma conjugação sistemática de esforços entre a tecnologia e as ciências humanas e biológicas. Fisiólogos, psicólogos, antropólogos, médicos e engenheiros, trabalharam juntos para resolver os problemas causados pela operação de equipamentos militares complexos. Os resultados desse esforço interdisciplinar foram tão frutíferos, que foram aproveitados pela indústria no pós-guerra (DUL e WEERDMEESTER, 1995).

Em 1949, um engenheiro inglês chamado Murrel, criou na Inglaterra, na Universidade de Oxford, a primeira sociedade nacional de ergonomia, a Ergonomics Research Society. Em 1959, foi organizada a Associação Internacional de Ergonomia, em Estocolmo.

Em 1959, a recomendação n. 112, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), dedica-se aos serviços de saúde ocupacional, definidos como serviços médicos instalados em um local de trabalho ou suas proximidades, com as seguintes finalidades:

– Proteger o trabalhador contra qualquer risco à sua saúde e que decorra do trabalho ou das condições em que ele é cumprido;
– Concorrer para o ajustamento físico e mental do trabalhador a suas atividades na empresa, através da adaptação do trabalho ao ser humano e pela colocação deste em setor que atenda às suas aptidões;
– Contribuir para o estabelecimento e manutenção do mais alto grau possível de bem-estar físico e mental dos trabalhadores (SAAD, 1993).

Em 31 de agosto de 1983, foi criada em nosso país, a Associação Brasileira de Ergonomia. Em 1989, foi implantado no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina, o primeiro mestrado na área do país.

É importante salientar que no Brasil, o Ministério do Trabalho e Previdência Social instituiu a Portaria n. 3.751 em 23/11/90 que baixou a Norma Regulamentadora (NR17), que trata especificamente da ergonomia. “Esta norma visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente”. Esta norma despertou o interesse pela ergonomia no meio empresarial brasileiro.

A partir de então, a ergonomia tem evoluído de forma significativa e, atualmente, pode ser considerada como um estudo científico interdisciplinar do ser humano e da sua relação com o ambiente de trabalho, estendendo-se aos ambientes informatizados e seu entorno, incluindo usuários e tarefas (SANTOS, 2010).

ergonomia é a ciência que estuda as adaptações do posto de trabalho em um contexto específico, para que os aspectos que dificultam o desenvolvimento do trabalho possam ser observadas afim de buscar uma solução coerente para melhorar a qualidade de vida e da atividade laboral a ser desenvolvida pelo indivíduo. O principal foco da ergonomia é trazer, de maneira eficaz, técnicas adaptativas para facilitar as atividades diárias dos trabalhadores, trazendo maior qualidade de vida, buscando prevenir patologias que podem surgir por esforço repetitivo, melhorando o rendimento dos colaboradores junto às empresas, desenvolvendo ações que trarão benefícios para a empresa e seus colaboradores.

A ergonomia também determina os horários de trabalho, assim como a sua nacionalização, e contempla tudo através de uma perspectiva humanitária da empresa e das relações que se estabelecem nela.

O conceito de Ergonomia se aplica à qualidade de adaptação de uma máquina ao seu operador, proporcionando um eficaz manuseio e evitando um esforço extremo do trabalhador na execução do trabalho.

As lesões por esforço repetitivo (LER) são um dos problemas físicos mais comuns que pode causar limitações ou mesmo a incapacidade de trabalhar, por exemplo. Utilizar soluções ergonômicas no local de trabalho é uma iniciativa que pode aumentar significativamente os níveis de satisfação, eficácia e eficiência do trabalhador.

3 domínios de especialização:


# Física – está relacionada com as respostas do corpo humano, físico e psicológico, que inclui: estudo da postura, manipulação de materiais, movimentos repetitivos, lesões músculo-esqueléticas, demandas de trabalho, segurança e saúde.

# Cognitiva – estabelece a relação dos processos mentais, memória, raciocínio, percepção, atenção, cognição, controle motor e como eles afetam as interações entre seres humanos e outros elementos de um sistema. O que implica compreender: a carga mental de trabalho, vigilância, tomada de decisão, desempenho e habilidade, interação homem-computador, treinamentos e erro humano.

# Organizacional – é a otimização dos sistemas sócio técnicos, ou seja, a estrutura organizacional, as políticas e processos. Refere-se a comunicações, trabalho em turnos, satisfação do trabalho, trabalho em grupo, teoria motivacional, supervisão, organizações de rede, trabalho à distância, gestão de qualidade e ética.

Podemos afirmar que a ergonomia surgiu em função da necessidade de o ser humano precisar aplicar menos esforço físico e mental em suas atividades diárias. Dessa forma, contribui:

# Melhoria da Postura e evitar doenças ocupacionais: a dor na coluna, devido à má postura, é um dos maiores motivos de afastamento nas empresas, assim como LER/DORT, que são causados pela falta de equipamentos adequados e ajustados aos funcionários, como: cadeira, suporte monitor, apoio para os pés e antebraços.

# Produtividade: é possível aumentar a disposição, eficiência e a motivação do trabalhador e em consequência a entrega e produção das tarefas diárias na empresa com adequações e ajustes na estação de trabalho, fornecimento de equipamentos ergonômicos e ginástica laboral.

# Afastamento e ausência: as técnicas ergonômicas proporcionam saúde e bem-estar ao colaborador durante uma jornada de trabalho.

# Valorização profissional: o funcionário sente-se reconhecido e valorizado por receber suporte para exercer sua atividade.

# Qualidade de vida: por meio de equipamentos ergonômicos, intervalos, ginástica laboral e métodos, é possível amenizar o cansaço e lesões no corpo.

Concluímos que a ergonomia está baseada em 3 pilares: conforto, segurança e eficiência. E lembre-se sempre que equipamentos ergonômicos devem ser regulamentados pelo Ministério do Trabalho, com o selo NR17, que será o nosso próximo assunto no post da semana que vem.

Os programas de ergonomia são bastante eficazes na busca pelo bem-estar dos trabalhadores.

A ideia de encarar os desafios existentes no ambiente de trabalho e buscar corrigir as situações que causam dor, desconforto, fadiga excessiva e afastamento realmente pode trazer muitos benefícios.

Dessa forma, além de mais satisfação com o trabalho, o trabalhador se mantém com boas condições para suas atividades fora da empresa. Em um tempo em que se fala tanto da busca por equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal, esse fator possui peso e é de extrema importância em qualquer setor.

Embora cada área tenha ganhos específicos, podemos generalizar no que diz respeito aos aspectos benéficos da ergonomia tanto para o trabalhador quanto para a empresa. Entre eles, podemos destacar:

  • aumento na produtividade; 
  • clima organizacional favorável;
  • trabalhadores satisfeitos;
  • menos riscos de acidentes e doenças ocupacionais;
  • redução no número de atrasos e faltas;
  • redução no número de pedidos de demissão;
  • menos riscos de problemas emocionais (ansiedade, estresse e depressão).

O planejamento de um espaço corporativo não pode considerar apenas o lado estético. É fundamental saber como aplicar a ergonomia no ambiente de trabalho ao realizar um novo projeto de arquitetura.

Felizmente, hoje o mercado já dispõe de vários equipamentos e mobiliário planejados com essa visão ergonômica para se adaptar a qualquer tamanho. Por exemplo, saber como escolher o mobiliário para escritórios vai fazer toda diferença.

As formas e materiais foram criados para priorizar o conforto e permitir ajustes de acordo com a necessidade dos usuários.

Veja algumas dicas de ergonomia no ambiente de trabalho que caracterizam um ambiente laboral ergonômico: 

CADEIRAS

Sabe como escolher as melhores cadeiras para seu escritório? Uma boa cadeira é feita com espuma de boa densidade. Além disso, o assento deve ter profundidade e altura ajustáveis, permitindo que os pés do colaborador sempre tenham contato com o chão. A região lombar também exige cuidado. É bom que o espaldar tenha uma leve protuberância nessa área, fazendo com que haja um contato permanente, provendo apoio ao usuário. Sempre que necessário, as cadeiras devem ter braços que permitem sustentação adequada, minimizando o risco de lesões por esforços repetitivos. 

MESAS

As mesas precisam ser adequadas à altura e atividade do trabalhador. Um profissional que fica em pé, mas utiliza um monitor e teclado, precisa que eles estejam em uma posição mais alta, diferente de quem trabalha sentado. A mesa e a cadeira precisam formar um conjunto único. A altura da mesa deve permitir que o braço forme um ângulo reto em relação ao antebraço quando o trabalhador está sentado.

MONITORES

Mais uma dica de ergonomia no ambiente de trabalho é com relação à posição do monitor. Hoje em dia, muitos trabalhadores passam seus dias de olho em uma tela de computador. A posição dela é essencial para promover conforto físico e visual. É importante que ele esteja a uma distância razoável para evitar o cansaço, mas, ainda assim, o colaborador precisa visualizar os elementos da tela com clareza. Ele deve ser posicionado na altura dos olhos, evitando que o trabalhador flexione costas e pescoço.

AMBIENTE ERGONÔMICO

A aplicação da ergonomia no trabalho deve prevalecer não só nos equipamentos de uso individual. O próprio espaço precisa favorecer a saúde e bem-estar do colaborador, reduzindo os efeitos físicos e psicológicos de um planejamento inadequado. Um bom exemplo é o controle de ruídos. Dependendo do layout do ambiente, existe uma chance maior de o barulho se propagar. Essa situação dificulta a concentração do funcionário, aumenta seu nível de estresse e a sensação de pressão psicológica.

Portanto, além de uma mobília ergonômica, é importante que os espaços contenham elementos que reduzam a propagação do som.

O uso de divisórias, revestimentos, pisos e a presença de jardins verticais podem solucionar o problema ou amenizá-lo.

Elementos como ventilação, iluminação também precisam ser bem planejados. Já parou para pensar quais são as melhores cores para escritório e ambientes corporativos?

Você sabia que isso também influencia?

Quanto mais confortável estiver o trabalhador, melhor será seu bem-estar e sua capacidade de produzir mais e melhor para a organização. 

Viu como aplicar a ergonomia no ambiente de trabalho é importante não só para o trabalhador, mas para a empresa como um todo?

Ela aumenta a produtividade do trabalhador melhorando seu bem-estar. 

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