CONAD 2020 – TEMA: RESSIGNIFICAÇÃO

O maior e mais importante congresso para Designers de Interiores da América Latina.

Pedro Franco Design apresenta o 1º CONAD ON-LINE, dando início aos conteúdos a Fernanda Dall’Orto Figueiredo gerente de Marketing e Color Design para a América Latina na AkzoNobel apresenta as tendências (tradução do consciente coletivo) comportamento, tendência de cores e uso de tintas na decoração através da Coral, faz um estudo sobre o comportamento humano desde 2014, traduzindo em cores color filters, reúnem um grupo de experts em 3 dias ( 2 dias, o que está acontecendo com a sociedade) para este estudo no ultimo dia é falado sobre cores especificamente, vamos ver o movimento apresentado nestes últimos anos: de 2011 as paletas eram mais limpas, mais alegres a partir dali as paletas estão mais acinzentadas, remetem ao momento em que estamos vivendo, a cada década mais extrovertida para uma década mais introspectiva, e a cor de 2020 cor de esperança, o mundo não será mais o mesmo de agora em diante.

Um ano de transição, um novo horizonte, o tema é o que nos faz humano (em 2018 foi feito este estudo) o quanto que em uma situação adversa ajudemo-nos como sociedade. Espaço mais abertos é o que vamos procurar mais este ano. As pessoas querem se importar mais com a sociedade, uma casa para cuidar, reflete mais conexões, 32% desativaram suas contas de redes sociais, indicativo de que as pessoas precisam de um balanço mais, para se ter tempo para si. As pessoas querem ser mais criativas, nos traz um reforço do que nos faz humanos, a criatividade é o que nos torna distintos dos robôs.

Gary Chang, designer de Hong Kong, com seu Studio desde 1994, onde se dedica a difundir seus ideais em 4 pontos principais: mudanças, escolhas, coexistência e conectividade.

 

Christie Schulka, gerente de marketing da Roca Cerâmica, falou sobre neuro arquitetura, com mais de 20 anos de experiencia, sempre trabalhando em projetos inovadores, com especialização MBA em neurociência (área que se ocupa em estudar o sistema nervoso, o cérebro, a medula espinhal e os nervos periféricos, visando desvendar seu funcionamento, estrutura, desenvolvimento e eventuais alterações que sofra. Para entender como os ambientes nos afetam, primeiro precisamos entender o nosso cérebro.

 

Como sentimos emoções: através dos 5 sentidos – o olhar (a visão), o ouvir (a audição), o sentir (o olfato), o tocar (o tato), o experimentar (o paladar).

Toda arquitetura, a construção foi aliada aos elementos da natureza, todo voltado pelo pôr do sol.

Salk Institute em  La Jolla, Califórnia, nos Estados Unidos

 

 

CURIOSIDADE – Dos 5 sentidos, o olfato é o primeiro sentido a ser captado pelo nosso cérebro, que consegue identificar mais de 50 mil aromas.

 

 

A Sueli Garcia, designer da TREND DESIGN – LIFESTYLE – DESIGN

Fala sobre o que é trabalhar e morar em 2020? Tecnologia, sustentabilidade e economia do compartilhamento. A pandemia, o que esperar dos próximos meses. E o que veio pra ficar: home schooling, home office, vida no interior, casas instagramáveis, a volta da TV, lares multigeracionais, casa inteligentes.

 

Lauro Andrade, fundador do São Paulo Fashion Week e High Design, fala sobre oportunidades de negócios nos mercados residencial e corporativo. Economia, crédito imobiliário e design de interiores. Timming no ressignificar, que são os negócios no curto prazo. Insights e oportunidades nos mercados residencial e corporativo e os eventos em 2020.

A dupla Alessandra Caiado Cardim, arquiteta e Ricardo Cardim, botânico e paisagista falando sobe tecnologia, design e área verde. Afirma que a tecnologia nos permite a trabalhar em qualquer lugar, a necessidade de voltar a ter contato com a natureza é uma crescente demanda, chamada “casa office”, não mais home office. O quanto podemos trazer de verde para a nova casa e até mesmo escritórios. Ricardo complementa que a pandemia nos trouxe a consciência de que as metrópoles cresceram muito e hoje o espaço estava mais precário. Responsabilidade em que este paisagismo seja restaurativo, completamente interativo com as pessoas, recriação da mata natural. “The florest work”, é um local onde a pessoa migra seu escritório para o habitat natural, totalmente distante do paisagismo que era proposto. A Biofilia é um temo cada dia mais comum, não significa encher um espaço de plantas, por exemplo espaços propostos com musgos, que não são funcionais para nosso clima, a pedra natural sim é uma proposta assertiva. Um foco mais macro, como trazer elementos da natureza para o seu cotidiano, precisamos mudar sim nossa cidade e nossos espaços, mas com esse cuidado que a manutenção que o natural exige. Estar em casa se tornou constante, fazendo com que repensássemos nossas prioridades, aprender a conviver e refletir sobre o que é essencial.

 

Carol Scolforo, jornalista especializada em arquitetura e design juntamente com Angelita Scardua, mestre em psicologia social, formam o “Projeto Hestia” que traz uma relação entre o designer de interiores e os clientes. Uma delas é o desejo pela casa, ao invés do apartamento, trazendo mais verde e a necessidade do “Hall de entrada” e todos os cuidados que precisamos ter a este espaço.

Os purificadores de ar serão um item necessário ao design que se junta a tecnologia. A privacidade emerge, dividindo-se os ambientes da casa, trazendo o jardim para seu interior. O living integrado pode estar com os dias contados, porque as cozinhas ganham protagonismo nos dias atuais, assim também com o home office foi um ambiente a ser adorado e adaptado, na imagem um exemplo de uma mesa de papelão, trazendo versatilidade ao espaço e abrindo possibilidade de migrar o escritório para outros ambientes da casa. Acústica ganha destaque.

 

Assim como a tecnologia, a casa inteligente traz mais comodidade aos ocupantes. Como isso afeta a relação entre o designer de interiores e seus clientes? Angelita Scardua complementa sobre uma tendência que indica uma mudança social, finalizando a “Modernidade Líquida”, conceitos de fluidez, movimento e imprevisibilidade. O cidadão se torna consumidor, as relações em conexões e a felicidade em paz. A casa é como um espaço de transformação, ressignificando o habitar e a relação com o design de interiores. O lar passa a ser o capítulo inicial nesta nova história, ajudar o morador a redescobrir a importância da casa em sua vida e suas novas necessidades. O profissional tem a tarefa de reconstruir a sociedade, que talvez seja muito mais equilibrada, que sociedade será esta? Não sei, cabe a nós reconstruí-la. Finaliza Angelita.

O italiano Sebastiano Raneri, designer freelancer desde 1984 nas áreas de design de interiores e design urbano. Passamos por estes tempos difíceis neste cenário quero me atentar alguns aspectos importante, a ressignificação, o mundo está mudando, são novos modos de ser e agir, o espaço não pode ser subestimado. Para mudar, basta ver as coisas de modo diferente, em meio a isso tudo não devemos nos esquecer que no centro do projeto existe um ser humano. Compreender os espaços e os elementos que o compõem.

A arquiteta e pesquisadora Heloísa Dallari nos conta sobre ressignificar o habitar, deixando o consumismo e voltando para olhar nossa casa atribuindo um novo significado a algo, ocupar uma residência, relação entre o espaço e o morador. Um espaço significado pessoal torna-se um lugar, à medida que refleti o modo de vida de seus ocupantes. O morador se acomoda ao espaço e o espaço é adaptado para quem o habita. Não apenas realizar os desejos, mas trazer sentido as necessidades, ir além da funcionalidade, da tecnologia e da estetização. Trabalhar aspectos sutis, emocionais e intuitivos para projetar lares e não casas. Abrigar corpo, mente, memória, sonhos e desejos do morador. A ressignificação do habitar passa necessariamente pela construção simbólica que transforma espaço em lugar.

Flávia Moraes, cineasta conta sua história com a revolução na comunicação da última década, afirma que o mundo está cansado antes da hora desta pandemia, e que não vamos voltar ao normal, porque o mundo não era normal a muito tempo. Como cineasta afirma que fazer casas e fazer filmes tem muito em comum o filme assim como a casa é uma realização a partir de conceitos abstratos. Inicia sua história com a arquitetura em sua infância e a experiencia com a arquitetura corbusiana ressignificada no mundo todo, inclusive no Uruguai próximo aonde nasceu no Rio Grande do Sul em Porto Alegre na década de 60. Outra corrente importante aconteceu na Califórnia nos anos 40 com um projeto chamado “Case Study Houses” ressignificou a arquitetura americana no século passado e no mundo.

Daniel Alves, designer de interiores e lighting designer, co fundador da Upik, diretor criativo da ADB, iniciando com uma apresentação impactante sobre a voz, trazendo uma reflexão sobre o espaço habitado em nosso planeta, a casa mantém o homem através das tempestades do céu e das tempestades da vida, “Ela é corpo e alma.” Bachelard -1978. Traz números, somos 7.5 BI em população mundial, e passamos 90% do tempo de vida em ambientes construídos, no Brasil temos 16 MI reformas por ano, sendo que 93% delas são autogeridas. Quando se pergunta para as pessoas: Porque estão fazendo sozinhas? “Custa caro”.

Será que estamos cada vez mais ineficientes? Inovação é uma questão de sobrevivência. Trouxe empresas que nasceram de crises e democratizaram seus negócios.

Traz fotos sobre a realidade da Cracolândia em SP, por maior que seja a desordem, há uma organização espacial, empreendida no ambiente, compreendida por quem o habita. O ambiente é tudo que envolve, os seres vivos ou coisas, e suas experiências, emoções e histórias. O designer de interiores tem o potencial e o compromisso de transcreve-las, respeitando seus habitantes e desenhando os cenários onde a visa acontece. Transformar a vida das pessoas, democratizando o acesso à arquitetura e ao design de interiores. Viver bem é um direito de todos, independentemente de sua classe social, gênero ou etnia.

Finaliza com uma mensagem de Charles Darwin “Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças”. A verdadeira revolução é compartilhar as ferramentas que estamos criando para permitir que todos os profissionais se tronem mais eficientes em sua atuação, se concentrando naquilo que a tecnologia não poderá fazer, ser humano.

Oferendo agora um olhar mais amplo para melhor compreender nosso mercado sobre uma forma global Shashi Caan, arquiteta e praticante do design de interiores, proprietária da empresa SC Collective US/UK, acredita que estamos em um processo de novo renascimento, essa questão de ressignificação, o que significa fazer design nos dias de hoje, atribuir um sentido diferente, compreender e unir parte distintas. Uma igualdade sistêmica que nos permita uma nova forma de existência. Respeitando as diversidades sociais, culturais, demográficas e de gênero. Nosso processo de trabalho tradicional deve ser mudado completamente, nossos produtos de design são completamente guiados pela tecnologia, ela nos mantém conectados e seguindo em frente. A necessidade inerente de te tocar e sentir, requer um novo processo que está sendo testado. Trabalhos tecnológicos e reuniões de realidade virtual, mantém pessoas separadas, mais seguras e já se tornam uma tendência. Esses processos requerem uma mudança de comportamento. A necessidade é a mãe de todas as invenções. Precisamos de compreensão com os desafios que estamos para enfrentar. A união do holograma com a inteligência artificial aliados a tecnologia de realidade mistas, vejamos um holograma em tamanho real, real renderizado em tempo real e com tecnologia neural e textual pode-se ter a tradução simultânea ajustada do inglês para o japonês em tempo real.

 

Espero de coração que tenham gostado desta cobertura de 8 horas de congresso que passei pra vocês.

Meus agradecimentos a todos que participam.

Muito obrigada pelo apoio, incentivo e compartilhamento !

 

 

Até mais…